Francisco Brennand
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand (Recife, 11 de junho de 1927) é um artista plástico brasileiro. Desenvolve seu trabalho com diversos suportes, entretanto é mais conhecido pelo seu trabalho como ceramista[1].
É autor de dois importantes espaços culturais da cidade do Recife: a Oficina Cerâmica Francisco Brennand e o Parque das Esculturas Francisco Brennand[2][3].
Em 2017 foi agraciado com a Medalha do Mérito Guararapes - Grã Cruz, a mais alta honraria do Estado de Pernambuco[4].
A história da família Brennand no Brasil tem início no ano de 1820, com a chegada de Edward Brennand, originário de Manchester, Inglaterra, para trabalhar em uma empresa inglesa ligada à ferrovia. Edward acabaria por se fixar em Maceió, casando-se com Francisca de Paula Moura. Um dos filhos do casal, Ricardo Moura Brennand, casa-se com Maria Vinifrida Monteiro. Desta união, nasceu Ricardo Monteiro Brennand, que, por sua vez, viria a se casar com Dona Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda de Almeida Brennand. Em 1897 nasce, no Recife, o filho do casal, Ricardo de Almeida Brennand.[5]
Em 1917, Ricardo cria a primeira fábrica de cerâmicas da família - a Cerâmica São João - nas terras do antigo Engenho São João da Várzea, no Recife, herança recebida de D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda, uma prima de sua mãe.
Durante o ensino médio,após conhecer o trabalho do escultor Abelardo da Hora, Francisco Brennand desenvolve seu interesse pelo desenho e pela literatura. No mesmo período conhece Débora de Moura Vasconcelos, sua futura esposa, e Ariano Suassuna, seu colega de classe, com quem produzia um jornal literário, encarregando-se de realizar as ilustrações para os textos e poemas de Ariano.
Inicialmente, Brennand acreditava ser a cerâmica uma arte utilitária, menor, e por isso dedicou-se sobretudo à pintura a óleo. Entretanto, ao chegar à França, em 1948, deparou-se com uma exposição de cerâmicas de Picasso, e descobre que muitos dos artistas da Escola de Paris haviam passado pela cerâmica: além de Picasso, Chagall, Matisse, Braque, Gauguin, e sobretudo o catalão Joan Miró[1].
Já no início da década de 1950, de passagem por Barcelona, Brennand descobre Antoni Gaudí, cujas obras - com suas formas sinuosas e o uso do trencadís, tradicional técnica catalã - causam-lhe forte impressão. Após o seu primeiro período na Europa (1948–1951), Brennand retorna ao Brasil mas, logo em 1952, decide aprofundar-se no conhecimento das técnicas da cerâmica, iniciando estágio em uma fábrica de majólicas na cidade de Deruta, na província de Perúgia, Itália. Durante esse estágio, Brennand inicia suas experiências com o uso de esmaltes cerâmicos e queimas sucessivas da peça, em temperaturas variadas. A cada entrada da peça no forno, é aplicada uma camada diferente de esmalte, o que dá à superfície uma grande variedade de cores e texturas.[7]
Na década de 1970, Brennand participa do Movimento Armorial, juntamente com Ariano Suassuna, seu principal idealizador[8].
No seu ateliê, instalado nas terras do antigo Engenho (depois Cerâmica) São João, no bairro da Várzea, no Recife, estão expostas muitas de suas obras, parte delas dispostas a céu aberto, em um grande jardim central[2].
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